“O homem medíocre sente
um pouco de admiração por todas as coisas; porém, nenhuma admira com
entusiasmo... Acha insolente toda afirmação porque está exclui a proposição
contrária. E se fores um pouco amigo e um pouco inimigo de todas as coisas, te
admirará por serdes sábio e reservado. O homem medíocre proclama que todas as
coisas têm seu lado bom e seu lado mal e que não se deve ser absoluto em seus
juízos. Se resolutamente afirmas a verdade, o medíocre dirá que tens demasiada
confiança em ti mesmo. O homem medíocre lamenta que existam dogmas na religião
cristã; seu desejo seria que se ensinasse somente a moral; e se dizes que a
moral se origina no dogma, te respondera que exageras... Se a palavra “exagero”
não existisse, ele a inventaria.
O medíocre parece habitualmente modesto; não pode ser humilde, a não ser que deixe de ser medíocre. O homem humilde despreza todas as mentiras, mesmo que todo o mundo a exalte, e cai de joelhos diante da verdade... Se um homem naturalmente medíocre se faz cristão de verdade, deixa em absoluto de ser medíocre... O que ama jamais será medíocre.”
Ernesto Hello, L’Homme, II, c. VIII.
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