quarta-feira, 12 de novembro de 2014

OS TRÊS TIPOS DE SANTIDADE



Pe. Garrigou-Lagrange, O.P.,
L’éternelle Vie et la Profondeur de l’Ame

A doutrina revelada sobre a morte, sobre o juízo particular, sobre o inferno, sobre o purgatório e o céu, leva-nos a pressentir o que é a outra vida e manifesta-nos a grandeza da alma humana que só Deus visto face a face pode irresistivelmente atrair e encher. O que nos faz tender para o céu, nosso destino, é a graça santificante, germe de vida eterna, e as virtudes infusas que dela derivam, sobretudo a fé, a esperança e a caridade acompanhadas dos sete dons do Espírito Santo.

Note-se, que estas três grandes virtudes teologais são hoje, por vezes, completamente desfiguradas. A fé em Deus, a esperança em Deus e o amor a Deus e às almas por ele, foram substituídas em muitos meios modernos pela fé e esperança na humanidade, pelo amor teórico da humanidade. Nesses meios, a fraseologia ocupou o lugar da doutrina sagrada. A arte de fazer frases substituiu a doutrina revelada acerca de Deus e da alma. Quando é assim, a falsidade não tem remédio.

Em certas lojas maçônicas lê-se nas paredes: “Fides, spes, caritas”. Chesterton afirmou sobre este ponto: “Grandes ideias que se tornaram loucas”.

Propriamente falando, não foram as ideias que se tornaram loucas, mas sim as pessoas, em consequência de perturbações fisiológicas e psíquicas, e, quanto mais elevada era a inteligência destas pessoas, mais esta loucura aflige e toma proporções que correspondem às das suas faculdades e da sua cultura. É por isso que a loucura religiosa e a mais difícil de curar, porque não se pode apelar para um motivo mais elevado; a inteligência perde-se no que tem de mais nobre. Nessa altura ela engana-se habitualmente, não quanto ao valor dos objetos mais ordinários, mas quanto ao das ideias mais elevadas, como a ideia de Deus, a das suas perfeições infinitas, a sua justiça, a sua misericórdia.

“As grandes ideias tornadas loucas” são as ideias religiosas que perderam significado superior e vieram a desarticular-se e a desequilibrar-se de todo. É o que acontece quando se substitui a fé em Deus, que não pode enganar-se nem nos enganar, pela fé na humanidade, apesar de todas as suas aberrações. E assim como a verdadeira fé, esclarecida pelos dons do Espírito Santo, pelos dons da inteligência e da sabedoria, constitui o principio da contemplação mística, a fé degenerada e desarticulada torna-se o principio de uma falsa mística, aprovada na paixão pelo progresso da humanidade, como se este progresso, pudesse ir até o infinito, como se fosse o próprio Deus que convertesse a nós. Quando alguém perguntava a Renan: “Deus existe?” ele respondia: “Ainda não”, sem se aperceber bem de era um blasfemo.

A antiguidade clássica não conheceu um tão profundo desequilíbrio. Depois dela, veio o Cristianismo, a elevação sobrenatural do Evangelho, e, quando alguém se separa dele, a queda é tanto mais rápida quanto se cai de mais alto.

A descida começou com Lutero, pela negação do sacrifício da Missa, do valor da absolvição sacramental, e, portanto, da confissão, pela negação, também, da necessidade de cumprir os mandamentos de Deus para obter a salvação. A queda acelerou-se depois, com os enciclopedistas e filósofos do século XVIII, com o “cristianismo corrompido” de Jean Jacques Rousseau, que subtraiu ao Evangelho o seu caráter sobrenatural e reduziu a religião ao sentimento natural que se encontra mais ou menos alterado em todas as religiões. A Revolução Francesa propagou por toda parte estas ideias. Na mesma época, Kant sustenta que a razão especulativa não pode provar a existência de Deus. Fichte e Hegel ensinam que Deus não existe fora e acima da humanidade; surge em nós e por nós e não é outra coisa senão o próprio progresso da humanidade, como se este, de tempos em tempos, não fosse acompanhado de um terrível retrocesso para a barbárie.

Liberalismo pretende ocupar, entre o Cristianismo e estes erros monstruosos, uma posição eclética e não chega a conclusão alguma válida para a ação. Vê-se logo substituído pelo radicalismo na negação, depois, pelo socialismo e, finalmente, pelo comunismo materialista e ateu, como previa Donoso Cortès (1).

Este comunismo representa a negação de Deus, da família, da propriedade, da pátria e conduz a uma servidão universal, graças a mais terrível das ditaduras. A descida é acelerada com a queda dos graves.

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Só há um caminho para voltar a subir: a verdadeira santidade. Mas é preciso encará-la de uma maneira realista. A santidade, como demonstra Santo Tomás (2), tem dois caracteres essenciais: a ausência de toda mancha, isto é, ausência de todo pecado, e uma firmíssima união com Deus.

Esta santidade atinge sua perfeição no céu, mas começa na terra. Manifesta-se concretamente, sobre as quais queremos insistir aqui. Realmente, há três grandes deveres para com Deus: conhecê-Lo, amá-Lo e servi-Lo. Cumpri-los é ganhar a vida eterna. Há almas que tem, sobretudo, por missão, amar a Deus e fazer com que ele seja muito amado; são as almas de vontade forte, que recebem graças de amor ardente. Há outras que tem por missão dá-Lo a conhecer; nelas predomina claramente a inteligência e recebem, sobretudo, graças de luz. Finalmente, há almas que tem por missão, sobretudo, servir a Deus mediante a fidelidade ao dever cotidiano. É o caso da maioria dos bons cristão, que empregam a memória e a atividade prática para serem fiéis ao dever de cada dia.

Estas três formas de santidade parecem estar representadas em três apóstolos privilegiados: São Pedro, São João e São Tiago.

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As almas em que predomina a vontade recebem bastante cedo certas graças de amor ardente. Perguntam a si mesmas: Que devo fazer por Deus? Que obra empreenderei eu para sua glória? Sentem o desejo de sofre, de se mortificar, para provarem a Deus seu amor, para repararem as ofensas que Ele sofre, para salvarem os pecadores; e é secundariamente que elas se aplicam a melhor conhecerem a Deus.

A este grupo pertencem o profeta Elias, tão notável pelo seu zelo; São Pedro, tão profundamente dedicado a Jesus que, por humildade e por amor, quis ser crucificado de cabeça para baixo; os grandes mártires, Santo Inácio de Antioquia e São Lourenço. Mais próximos de nós, o seráfico São Francisco de Assis e Santa Clara. Mais tarde São Carlos Borromeu, São Vicente de Paula, a transbordar de caridade para com o próximo, Santa Margarida Maria Alacoque e o Santo Cura d’Ars.

O perigo dessas almas reside na energia de sua vontade, que pode degenerar em rigorismo, tenacidade, obstinação; nas menos fervorosas, o defeito dominante será um zelo pouco esclarecido, pouco paciente e pouco suave; por vezes, dedicar-se-ão demasiado às obras ativas em detrimento da oração.

As humilhações que o Senhor lhes envia tendem, sobretudo, a abrandá-las, a quebrar, por vezes, a sua vontade, quando ela se torna muito rígida, para se tornar inteiramente dócil à inspiração do Espírito Santo e para que o seu zelo ardente seja cada vez mais humilde, esclarecido, paciente e suave. Aí têm elas a encosta que vai dar no cume da perfeição.

***

As almas em que predomina a inteligência têm outras encostas a subir. Recebem, muito cedo, certas graças de luz, que as leva à contemplação, e a grandes vistas de conjunto, apanágio da sabedoria. Só através da razão o seu amor aumenta. Sentem menos que as precedentes a necessidade de agir, ou de reparar. Mas, se são fiéis, atingirão o amor heroico para com Deus, que as anima.

A este grupo pertencem os grandes Doutores, Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, São Francisco de Sales, que lamentava a sua lentidão em seguir as luzes que tinha recebido.

O perigo destas almas é contentarem-se com estas luzes e não conformarem suficientemente com elas a sua conduta. Ao passo que a sua inteligência é muito esclarecida, falta à sua vontade certo ardor.

Estas almas sofrem, sobretudo com o erro, com as falsas correntes que extraviam a inteligência. As provações purificam-se e, quando as suportam com resignação, atingem um grande amor a Deus. Uma alma luminosa, fiel, estará mais unida a Deus que uma alma ardente, porém infiel.

***

Finalmente, encontram-se almas em que a atividade predominante é a memória e a atividade prática. Têm, sobretudo por missão servir a Deus mediante a fidelidade ao dever cotidiano. Pertence a este numero a maioria das almas cristãs. A memória leva-as a evocar fatos particulares, são impressionadas por uma faceta da vida de um santo, por uma palavra da liturgia; a inspiração divina torna-as atentas aos diversos meios de perfeição. Se forem fieis, podem elevar-se, como as precedentes, aos mais altos graus de perfeição.

A este grupo de almas parece pertencer o apóstolo São Tiago, os grandes pastores da Igreja primitiva, inteiramente dedicados ao martírio e à direção da sua diocese; e, modernamente, Santo Inácio, atento aos meios mais práticos de santificação e desejoso de considerar os homens tais como são e não apenas tais como deveriam ser; Santo Afonso de Ligório, totalmente preocupado com a moral e com o apostolado prático, cuja necessidade se fazia sentir tanto para lutar contra o jansenismo e contra a incredulidade.

O perigo para estas almas estará em ligarem-se demasiado às boas obras em si mesmas, mas que só indiretamente conduzem a Deus. Algumas delas insistiram na austeridade, outra na devoção, outras, nos seus trabalhos habituais, outras, ainda, na recitação infindável de fórmulas. Talvez venha a encontra como inimigos a minucia e os escrúpulos, que tornarão mais demorado o acesso à contemplação a que o Senhor as chama e prejudicará a intimidade da sua união com Ele. Atêm-se a métodos e a meios que lhe serviram num determinado momento, mas que mais tarde as afastam da contemplação simples e amorosa de Deus.

As provações destas almas encontram-se, sobretudo, na prática da caridade fraterna e no apostolado; sofrerão muito com os defeitos do próximo, mas, se são fieis, no meio de todas estas dificuldades, acabarão por alcançar uma união íntima com Nosso Senhor.

Eis as três principais formas de santidade, correspondentes aos nossos três grandes deveres para com Deus: conhece-Lo, amá-Lo e servi-Lo.

Jesus mostrou-nos a excelência destas três formas de santidade na sua vida oculta, na sua vida apostólica e na sua vida dolorosa.

Na sua vida oculta, na solidão de Nazaré, na sua casa de carpinteiro, ele foi o exemplo da fidelidade ao dever cotidiano, mediante a prática de atos aparentemente sem valor, mas apreciáveis pelo amor que as inspira e até de um valor infinito.

Na sua vida apostólica aparece como a Luz do mundo: “O que me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida”(Jo VIII, 12). Não é que Ele acredite no que ensina sobre a vida eterna e sobre os meios para alcançá-la; vê-o imediatamente na essência divina (3). Funda a Igreja e confia-a a São Pedro. Diz a seus apóstolos: “Vós sois a luz do mundo” (Mt V, 14) e envia-os a ensinar todos os povos, e levar-lhes o batismo, a absolvição, a eucaristia (Mt XVI, 18, 19; XVIII, 19). E volta a insistir em tudo isso após a ressurreição (Mt XXVIII, 19).

Na sua vida dolorosa, Jesus manifesta-nos todo o ardor do seu amor para com o Pai e para conosco. Este amor leva-o a morrer por nós na Cruz, para reparar a ofensa feita a Deus e para salvar as almas.

Uma vez que Jesus possui eminentemente estas três formas de santidade, domina todos os perigos que nelas encontram outras almas. Possui todo o ímpeto do amor, sem rigidez nem tenacidade. Nunca seu amor foi mais ardente nem manifestou maior suavidade que na Cruz: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.

Jesus goza da contemplação mais luminosa e mais elevada, mas não se perde nesta contemplação, não se mostra alheio, fora do mundo como um santo em êxtase. Jesus está acima do êxtase e, sem deixar de contemplar o Pai e de estar intimamente unido a Ele, entretém-se com os apóstolos acerca dos próprios pormenores da vida apostólica.

Finalmente, se Jesus está atento às menores coisas que dizem respeito ao serviço de Deus, não corre o perigo de parar muito tempo nelas, perdendo de vista as coisas maiores. Não deixam de ver tudo em Deus, as coisas do tempo e as da eternidade.

A alma santa de Jesus aparece maior quando se compara com os maiores santos, da mesma maneira que a luz branca é superior às sete cores do arco-íris que dela procedem. Guardadas as devidas proporções, deve observar-se o mesmo a respeito da santidade eminente de Maria Santíssima, Mãe de Deus e cheia de graça. Aí temos os mediadores que Deus nos concedeu por causa de nossa fraqueza. Deixemo-nos conduzir humildemente por eles e eles nos conduzirão infalivelmente à vida da eternidade. A vida da graça é já a vida eterna começada, inchoatio quaedam vitae aeterne.


Notas:

  (1)       – Cfr. Oeuvres de Donoso Cortès, tradução francesa, Paris, 2a. ed. t. II, p. 272 e segs. O principio gerador dos mais graves erros dos nossos dias, carta de trinta páginas escrita em 1862, para ser apresentada a Pio IX. – Discursos sobre a situação geral da Europa, ibid., t. I, p. 399 § segs. Item, t. III, p. 279 e segs.
  (2)       II, II, q. 81, a. 8.
  (3)       Cfr. Santo Tomás, III, q. 9, a. 2; q. 10.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

PECADOS DE IGNORÂNCIA, DE DEBILIDADE E DE MALÍCIA




Padre Garrigou-Lagrange
Les Trois Ages de la Vie Interieur

PECADOS DE IGNORÂNCIA

Com relação à vontade, a ignorância pode ser antecedente, conseguinte ou concomitante. A ignorância antecedente é aquela que não é de nenhuma forma voluntária e se chama “moralmente invencível” Por exemplo: crendo atirar contra um leão, em uma espessa selva, um caçador mata um homem, cuja a presença não podia suspeitar. Neste caso não há pecado voluntário, senão unicamente material.

A ignorância conseguinte é aquela que é voluntária, ao menos indiretamente, pela negligência que existiu em inteirar-se do que podia e deveria saber; se chama ignorância vencível, porque teria sido possível livrar-se dela; assim é causa de pecado formal, indiretamente voluntário. Por exemplo: um estudante de medicina, depois de vários anos de muito vagabundar e estudar pouco, por influência ou casualidade recebe seu diploma de doutor; como ignora quase tudo pertinente à arte da medicina, um dia acontece que acelera a morte de um enfermo, em vez de curá-lo. Não há, neste caso, pecado diretamente voluntário, porém indiretamente e que pode ser grave, já que é possível chegar ao homicídio por imprudência ou grave negligencia.

A ignorância concomitante é aquela que não é voluntária, porém de tal forma acompanha o pecado, que mesmo que se não existisse se pecaria do mesmo modo. É o caso, por exemplo, de um homem vingativo que deseja matar seu inimigo, e um dia o mata sem saber, crendo ter matado uma cabra na espessura do bosque; caso que manifestamente se difere dos dois anteriores.

Se segue daí que a ignorância involuntária ou invencível não é pecado; mas a voluntária e vencível o é, e mais ou menos grave segundo a gravidade das obrigações às que se falta. Tal ignorância não livra do pecado, porque houve negligência; unicamente diminui a culpabilidade. A ignorância involuntária ou invencível, em contrapartida, escusa totalmente do pecado, suprime a culpabilidade.

A concomitante não livra do pecado, porque mesmo se não existisse, se cometeria o mesmo pecado.

A ignorância invencível se designa com o nome de “boa fé”; para que realmente se possa chamar invencível ou involuntária, é preciso que moralmente não seja possível livrar-se dela. Não é possível tal ignorância enquanto aos mais fundamentais preceitos da lei natural: “se deve fazer o bem e evitar o mal”; “não faça aos outros o que não quer que te façam”; “não matarás”; “não roubarás”; “adorarás a um só Deus”. Mesmo que não seja pela ordem do mundo, pela vista do céu estrelado e o conjunto da criação, a mente humana possui, ao menos, a probabilidade da existência de Deus, ordenador e legislador supremo; e quando o homem chega a essa probabilidade, está na obrigação estrita de ir mais adiante nessa investigação; do contrário já não se mantém na boa fé verdadeira, ou ignorância involuntária ou invencível. O mesmo se pode dizer de um protestante que chega a convicção de que provavelmente o catolicismo é a verdadeira religião; tem obrigação de informar-se com seriedade e pedir a luz a Deus Nosso Senhor; do contrário, como disse Santo Afonso, comete pecado contra a fé, ao negar-se empregar os meios necessários para chegar a ela.

Com frequência as pessoas piedosas não consideram suficientemente os pecados de ignorância que muitas vezes cometem, por não considerar, como poderiam e como seria sua obrigação, os deveres religiosos ou os deveres de estado; ou também os direitos e qualidades dos demais; superiores, iguais ou inferiores com quem tem que tratar. Porque somos responsáveis, não somente dos atos desordenados que realizamos, mas também das omissões do bem que poderíamos ter feito se tivéssemos verdadeiro zelo pela glória de Deus e pela salvação das almas. Uma das causas dos males atuais da sociedade está no esquecimento daquelas palavras do Evangelho: “Os pobres são evangelizados”, e na indiferença dos que, possuindo coisas supérfluas, não se preocupam com os que nada têm.

PECADOS DE DEBILIDADE

Chama-se pecado por debilidade ou fraqueza o que provém de uma violenta paixão que arrasta a vontade ao consentimento. Assim se diz no Salmo VI, 3: “Miserere mei, Domine, quaniam infirmus sum: Tende piedade de mim, Senhor, porque sou fraco.” A alma espiritual é débil, com efeito, quando sua vontade cede à violência dos movimentos da sensibilidade. Perde assim a retidão do juízo prático e da eleição voluntária ou de eleição, seja por medo, ira ou qualquer outra má inclinação. Pedro, durante a Paixão, renegou cheio de medo, três vezes a Nosso Senhor.

Quando, por efeito de uma viva emoção ou paixão, nos sentimos inclinados a um objeto qualquer, logo julga a inteligência que tal objeto nos convém, e a vontade dá com facilidade seu consentimento, desprezando a lei divina(1).

Mas temos que distinguir aqui a paixão chamada antecedente, que precede o consentimento da vontade, e a conseguinte, que a segue. A paixão antecedente diminui a culpabilidade, porque diminui igualmente a liberdade do juízo e da livre eleição; isto se acha especialmente nas pessoas muito impressionáveis. Pelo contrário, a paixão conseguinte, ou voluntária não diminui a gravidade do pecado, antes a aumenta; ou melhor, é uma prova que o pecado é muito voluntário, posto que é a mesma vontade que que suscita esse desordenado movimento da paixão, como quando alguém se encoleriza para fazer ver sua má vontade(2). De igual forma uma boa paixão conseguinte, como a Santa cólera de Nosso Senhor, ao expulsar do Templo os vendedores, aumenta o mérito, uma má paixão conseguinte aumenta o pecado.

O pecado da fraqueza é o da vontade que cede ao impulso de uma paixão antecedente; sua gravidade diminui, porém isso não quer dizer que nunca possa chegar a ser mortal. O é certamente quando a matéria é grave e vai unida a um conhecimento e consentimento pleno; tal seria o caso do homicida que comete o crime sob impulso da ira(3).

É possível resistir, sobretudo no princípio, aos movimentos desordenados das paixões; se se não lhe opõe essa resistência, nem se reza como é devido, para obter o auxílio divino, a paixão já não é só antecedente, mas se faz também voluntária.

O pecado de fraqueza, mesmo sendo mortal, é mais digno de perdão que qualquer outro; porém “digno de perdão” de nenhuma maneira quer dizer “venial” no sentido corrente desta palavra(4).

Mesmo as pessoas piedosas devem ter muita atenção neste assunto, porque podem produzir-se nelas movimentos de inveja não reprimidos que poderia fazer cair em graves faltas; por exemplo, em juízos temerários, palavras e atos externos que foram causa de graves divisões, contrárias ao mesmo tempo à justiça e à caridade.

Seria grave erro pensar que só o pecado de malícia pode chegar a ser mortal, porque só ele contraria com a suficiente advertência e o pleno consentimento  requeridos, junto com a matéria grave, para constituir o pecado que dá morte a alma e a faz merecedora da morte eterna. Semelhante erro seria o resultado de uma profunda deformação da consciência, e ainda contribuiria a aumentá-la. Recordemos que no princípio é fácil resistir aos desordenados movimentos da paixão e que devemos opor-lhes resistência e orar para faze-lo assim, segundo as palavras de Santo Agostinho recordadas pelo Concílio de Trento: “Deus nunca nos manda o impossível, porém, ao impor-nos um preceito, nos ordena que façamos o que podemos e que peçamos o que não podemos” (5).

PECADOS DE MALÍCIA

Diferente do pecado de ignorância e de fraqueza, o de malícia é aquele que se escolhe o mal intencionalmente; os latinos diziam “de indústria”, ou seja, com intenção, expressamente, sem ignorância e mesmo sem paixão antecedente. Muitas vezes este pecado é premeditado.

Isso não quer dizer que se queira o mal pelo mal; porque o objeto da vontade é o bem e não pode querer o mal senão sob aspecto de um bem aparente.

Mas o que peca por malícia, com conhecimento de causa e por má vontade, deseja intencionalmente um mal espiritual (por exemplo, a perda da caridade ou da divina amizade) em troca de um bem temporal. É claro que um pecado assim entendido difere, em gravidade, do de ignorância e do de fraqueza ou debilidade.

Não se deve concluir daí que todo pecado de malícia seja pecado contra o Espírito Santo. Este, que é um dos pecados mais graves de malícia, tem lugar quando, por menosprezo se rechaça precisamente aquilo que nos salvaria ou que nos livraria do mal; por exemplo; quando se combate a verdade religiosa conhecida (impugnatio Veritatis agnitae), ou quando por inveja, deliberadamente, se entristece com as graças e do adiantamento espiritual do próximo.

Frequentemente o pecado de malícia procede de algum vício gerado por múltiplas faltas; mas também pode existir faltando este vício; assim o primeiro pecado do Demônio foi um pecado de malícia, porém não habitual, senão de malícia atual, de má vontade, de uma embriaguez de orgulho.

É evidente que o pecado de malícia é mais grave que os de ignorância e de fraqueza, mesmo que estes sejam mortais. Por isso, mesmo as leis humanas castigam com mais rigor o homicídio premeditado que o cometido por paixão.

A principal gravidade dos pecados de malícia provém de que não mais voluntários que os outros; de que geralmente procedem de um vício gerado por faltas reiteradas, e de que, ao comete-los, se antepõe um bem temporal à divina amizade, sem a desculpa de ignorância ou de violenta paixão.

Nestas questões alguém pode se enganar de duas maneiras distintas. Alguns se inclinariam a pensar que só o pecado de malícia pode ser mortal; estes não compreendem bem a gravidade de certos pecados de ignorância voluntária ou de que fraqueza, nos que, não obstante, existe matéria grave, suficiente advertência e consentimento pleno.

Outros, pelo contrário, não compreendem suficientemente a gravidade de certos pecados de malícia cometidos com toda a frieza. Com afetada moderação e gesto de benevolência e tolerância, os que assim combatem a verdadeira religião e tiram aos pequenos o pão da verdade divina podem pecar mais gravemente que o que blasfema e o que mata no ardor da paixão.

A falta é tanto mais grave quanto é cometida com mais vontade e mais conhecimento, e quando procede de mais desordenado amor de si mesmo, que às vezes chega até o desprezo de Deus.

Pelo contrário, um ato virtuoso é mais ou menos meritório segundo seja mais voluntário e livre e que seja inspirado pelo maior amor de Deus e do próximo, amor que pode chegar até o santo desprezo de si mesmo, como disse Santo Agostinho.

Assim acontece que o que ora com demasiado apego ao consolos sensíveis, merece menos que quem persevera na oração sem esses consolos, em contínua e profunda aridez; mas ao sair dessa prova, seu mérito não desmerece se sua oração procede de uma caridade igual, que agora influi felizmente em sua sensibilidade. Ademais, um ato interior de puro amor tem mais valor aos olhos de Deus que uma multidão de obras exteriores inspiradas em menor caridade fervorosa.

Em todas estas questões, quer se trate do bem quer do mal, preciso é, sobretudo, atender ao elemento que radica em nossas faculdades superiores: inteligência e vontade, ou seja, o ato de vontade realizado com pleno conhecimento de causa. E desde este ponto de vista, assim como um ato mal plenamente deliberado e consentido, como um pacto formal com o Demônio, tem formidáveis consequências, do mesmo modo um ato bom, tal como a oblação de si mesmo a Deus, realizada de maneira plenamente deliberada, consentida e frequentemente renovada, pode ter ainda maiores consequências na ordem do bem; porque o Espírito Santo é infinitamente mais poderoso que o espírito do mal, e pode mais na ordem de nossa santificação, que aquele para nossa perdição. É muito conveniente pensar nestas coisas diante da gravidade de certos acontecimentos atuais. Como o amor de Jesus Cristo, ao morrer por nós na Cruz, foi mais agradável a Deus que o tudo o que poderia desagradá-Lo todos os pecados juntos, assim o Salvador é mais poderoso para salvar-nos, que o inimigo do em para perder-nos. Neste sentido disse Jesus: “Não temais aquele que matam o corpo, porém não podem matar a alma; antes, temei ao que pode perder o corpo e a alma no inferno”. (Mt X, 28). O inimigo do bem não pode, ao menos que nós o abramos as portas de nosso coração, penetrar no intimo de nossas vontades, enquanto que Deus está dentro de nós mais intimamente que nós mesmos, e pode levar-nos com força e suavidade aos mais profundos e elevados atos livres, aqueles atos que são como uma “prévia” da vida eterna.




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1 – Santo Tomás, I, II, q. 58, a. 5; q. 57, a. 5, ad 3; q 77, a. 2.
2 – Santo Tomás, I, II, q. 77, a. 6.
3 – I, II, q. 77, a. 8.
4 – Ibid., ad I.
5 – Conc. Trid., ses. VI, cap. II (Denz., 804), ex Santo Agostinho,  De Natura et gratia, C. XLII, n° 50.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O Homem Medíocre




“O homem medíocre sente um pouco de admiração por todas as coisas; porém, nenhuma admira com entusiasmo... Acha insolente toda afirmação porque está exclui a proposição contrária. E se fores um pouco amigo e um pouco inimigo de todas as coisas, te admirará por serdes sábio e reservado. O homem medíocre proclama que todas as coisas têm seu lado bom e seu lado mal e que não se deve ser absoluto em seus juízos. Se resolutamente afirmas a verdade, o medíocre dirá que tens demasiada confiança em ti mesmo. O homem medíocre lamenta que existam dogmas na religião cristã; seu desejo seria que se ensinasse somente a moral; e se dizes que a moral se origina no dogma, te respondera que exageras... Se a palavra “exagero” não existisse, ele a inventaria.

O medíocre parece habitualmente modesto; não pode ser humilde, a não ser que deixe de ser medíocre. O homem humilde despreza todas as mentiras, mesmo que todo o mundo a exalte, e cai de joelhos diante da verdade... Se um homem naturalmente medíocre se faz cristão de verdade, deixa em absoluto de ser medíocre... O que ama jamais será medíocre.”

Ernesto Hello, L’Homme, II, c. VIII.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

São Gregório Magno, Papa, sobre os Dons e Carísmas do Espírito Santo

Para os que pensam ter o dom das línguas, mas  que perderam o dom de ouvir
São Gregório Magno, foi Papa no final do século VI. Foi um dos maiores Papas da Igreja. Em um de seus sermões, ele tratou dos pretensos carismas, e o que ele disse então responde perfeitamente às pretensões do falso misticismo da RCC de hoje em dia.
Este sermão, foi feito por esse santo Papa, no dia da Ascenção de Nosso Senhor Jesus Cristo, em 24 de Maio de 591, na basílica de São Pedro, comentando o texto do Evangelho de São Marcos (XVI, 15-20).

Ele será bem útil àqueles que, sendo humildes,  amarem mais terem ouvidos para ouvir do que pretenderem ter línguas estranhas para falar.  
Ouçamos, pois, São Gregório:
***
Eis os sinais que acompanharão aqueles que terão acreditado: em meu nome, eles expulsarão os demônios, eles falarão em línguas novas, eles pegarão em serpentes, e se tiverem bebido algum veneno mortal, ele não lhes fará nenhum mal. Eles imporão suas mãos aos doentes e estes serão curados” (São Marcos, XVI,16).
Será que, meus caros irmãos, pelo fato de que vós não fazeis nenhum destes milagres, é sinal de que vós não tendes nenhuma fé?

Estes sinais foram necessários no começo da Igreja. Para que a Fé crescesse, era preciso nutri-la com milagres. Também nós, quando nós plantamos árvores, nós as regamos até que as vemos bem implantadas na terra. Uma vez que elas se enraizaram, cessamos de regá-las.

Eis porque São Paulo dizia:”O dom das línguas é um milagre não para os fiéis, mas para os infiéis” (I Cor, XIV,22).
Sobre esses sinais e esses poderes, temos nós que fazer observações mais precisas?

A Santa Igreja, faz todo dia, espiritualmente, o que ela realizava então nos corpos, por meio dos Apóstolos. Porque, quando os seus padres, pela graça do exorcismo, impõem as mãos sobre os que crêem, e proibem aos espíritos malignos de habitar sua alma, faz outra coisa que expulsar os demônios?

Todos esses fiéis que abandonam o linguajar mundano de sua vida passada, cantam os santos mistérios, proclamam com todas as suas forças os louvores e o poder de seu Criador, fazem eles outra coisa  que falar em línguas novas?

Aqueles que, por sua exortação ao bem, extraem do coração dos outros a maldade, agarram serpentes.

Os que ouvem maus conselhos sem, de modo algum, se deixar arrastar por eles a agir mal, bebem  uma bebida mortal, sem que ela lhes faça mal algum.

Aqueles que todas a vezes que vêem seu próximo enfraquecer, para fazer o bem, e o ajudam com tudo o que podem, fortificam, pelo exemplo de suas ações, aqueles cuja vida vacila, que fazem eles senão impor suas mãos aos doentes, a fim de que recobrem a saúde?
Estes milagres são tanto maiores pelo fato de serem espirituais, são tanto maiores porque repõem de pé, não os corpos, mas as almas.

Também vós, irmãos caríssimos, realizais, com a ajuda de Deus, tais milagres, vós os realizais, se quiserdes.

Pelos milagres exteriores não se pode obter a vida. Esses milagres corporais, por vezes, manifestam a santidade. Eles não criam a santidade.

Os milagres espirituais agem na alma .Eles não manifestam uma vida virtuosa. Eles fazem vida virtuosa.

Também os maus podem realizar aqueles milagres materiais. Mas os milagres espirituais só os bons podem fazê-los.

É por isso que a Verdade diz, de certas pessoas: “Muitos me dirão, naquele dia: “Senhor, Senhor, não foi em teu nome que nós profetizamos, que nós expulsamos os demônios e que realizamos muitos prodígios? E Eu lhes direi: "Eu não vos conheço. Afastai-vos de Mim, vós que fazeis o mal” (São mateus VII, 22-23).
Não desejeis, ó irmãos caríssimos, fazer os milagres que podem ser comuns também aos réprobos, mas desejai esses milagres da caridade e do amor fraterno dos quais acabamos de falar: eles são tanto mais seguros pelo fato de que são escondidos, e porque acharão, junto a Deus, uma recompensa tanto mais bela quanto eles dão menor glória diante dos homens”

(São Gregório Magno, Papa, Sermões sobre o Evangelho, Livro II, Les éditions du Cerf, Paris, 2008, volume II, pp. 205 a 209).

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Os Mártires da Revolução Francesa



"...É um elenco tão vasto e tão admirável que hesitamos em destacar alguns dos episódios mais comoventes. não será injusto dar sequer a impressão de que queremos fixar um palmarès, um elenco de vencedores, quando em todas as páginas desse livro escrito com sangue brilham o heroísmo e a santidade? Padres, religiosos, religiosas, simples leigos, homens e mulheres, todas as condições sociais à mistura - mas certamente a maioria gente humilde, dente do povo -, foram às dezenas, às centenas, os que preferiam morrer a abjurar. Como escolher entre eles?

Vemos surgir, mais tarde tornadas ilustres pelo teatro e pelo cinema, as dezesseis Carmelitas de Compiègne, que morreram a 17 de julho de 1794, dez dias antes da queda de Robespierre. Presas por terem continuado a viver juntas após a supressão do seu convento, levadas perante o tribunal revolucionário, uma delas teve a presença de espírito bastante para perguntar a Fourquier-Tinville o que é que ele entendia pelo termo "fanatismo" com que as brindava. E que, tendo ele respondido: "O vosso fanatismo é a vossa tola paixão pelas estúpidas práticas religiosas", replicou: "Ó irmãs, ouviste bem? Somos condenadas pela nossa religião...Que felicidade morrer por nosso Deus!" Exatamente: com essas palavras, o acusador acabava de fazer mártires. Ao pé do cadafalso, elas renovaram os votos e entoaram o Veni Cretor, que só deixou de se ouvir quando a última foi morta...Página grandiosa, digna de ser exaltada, como foi, por Gertrud von le Fort e por Geoge Bernanos.

Mas terão sido menos sublimes essas sacramentinas de Bollène que, antes de morrer, agradeceram aos juízes e aos algozes, e uma das quais beijou o cadafalso antes de lá subir? Ou as ursulinas de Valenciennes, que cataram o Te Deum e rezaram pelos carrascos? Ou as Irmãs da Caridade de Arras, que chegaram à guilhotina cingidas nos Terços? E outras tantas que é impossível evocar sem emoção...

Entre os homens, quantos foram igualmente heroicos! Os beneditinos da Secção dos Gravilliers, que declararam com firmeza nunca terem deixado de celebrar a Missa clandestinamente... O padre Imbert, dominicano de Castres, que, condenado a morte, se recusou a subir à carroça, dizendo: "O meu Senhor Jesus ia a pé ao Calvário; reclamo para mim ir a pé"...Os recoletos e os carmelitas de Arras, que marcharam para o suplício cantando as Vésperas dos Defuntos...

No clero secular, as figuras exemplares são inúmeras. Aqui vemos o Cormaux, "o santo da Bretanha", que, no decurso do interrogatório, se recusa a dissimular a mínima parcela da verdade, fornecendo ele próprio argumentos aos acusadores... E van Cleemputte, que, se adianta a declarar que nunca deixou de fazer um apostolado clandestino... E Noel Pinot, que, conduzido para a morte, vestido de alva e casula por derrisão, recita ao pé do cadafalso o Introibo ad altare Dei da sua última Missa... E o encantador padre Salignac-Fénelon, fundador e diretor da Obra dos Padres Savonianos: condenado, ainda prega do alto da carroça que o leva ao suplício...

A lista seria interminável! E ainda teríamos de acrescentar dezenas de leigos que, com toda a evidência, morreram como testemunhas da Fé. Em Lyon, é o comerciante Auroze, que à pergunta "Es fanático?", responde: "Serei o que quiseres, mas o que sou é católico", e por isso foi condenado. Em Anjou, é um senhor chamado De Valfons, que, no início do interrogatório para identificação, acrescenta ao sobrenome os adjetivos "Católico, Apostólico, Romano"... Em Seine-et-Oise, é Marie Langlois, mocinha de vinte e dois anos, criada de lavoura, que, denunciada pelo pároco constitucional, troça visivelmente dos juízes e de suas perguntas ocas... Noutro lugar, é Elisabeth Minet, que reivindica altivamente a responsabilidade de uma enorme falta: durante todo o Terror, nunca deixou de distribuir estampas de Nossa Senhora...Alhures, é Geneviève Goyon, costureira de setenta e seis anos, que se recusa a entregar dois dominicanos que tem escondidos em sua casa, e morre com eles...

Já de há muito a História registrou a eficácia sobrenatural do martírio, o seu misterioso poder de resgate."

Daniel Rops, A Igreja das Revoluções (I). Quadrante, São Paulo, 2003, Pag. 70, 71.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Mulheres na Universidade



Por Bispo Richard Wiiliamson
Winona, 1 de setembro de 2001

Caros Amigos e Benfeitores,

Os canadenses me parecem um povo gentil, mas “atingir” é a palavra! Dez anos atrás me perguntaram inocentemente no Canadá se as mulheres devem usar calças. Cerca de dez semanas atrás, também no Canadá, me perguntaram se uma menina deve ir a uma universidade conservadora Novus Ordo. A resposta agora à segunda questão pode ser tão tempestuosa como a resposta à primeira: por causa de todos os tipos de razões naturais, quase nenhuma garota deve ir para qualquer universidade!

A razão profunda é a mesma que a do erro do uso de calças por mulheres: a desfeminização da mulher. A causa profunda em ambos os casos é que o homem revolucionário traiu a  mulher moderna; já que ela não é respeitada e amada por ser mulher, ela tenta tornar-se um homem. Como o homem moderno não quer que ela faça o que Deus quer que ela faça, ou seja, ter filhos, ela se vinga, invadindo todos os tipos de coisas que o homem está destinado a fazer. O que mais era de se esperar? O homem moderno só tem a si mesmo para culpar.

De fato, somente em tempos modernos as mulheres sonharam em ir para a universidade, mas a ideia já se tornou tão normal que até mesmo os católicos, cuja Fé guarda a Natureza, podem ter dificuldade em ver o problema. No entanto, aqui está um ponteiro na direção da normalidade: qualquer católico com o mínimo de respeito pela Tradição reconhece que as mulheres não devem ser sacerdotes – ele pode negar que, se algumas mulheres foram para a universidade, quase nenhuma gostaria de ser sacerdote? Infelizmente, as mulheres indo para a universidade é parte de todo o ataque maciço sobre a Natureza de Deus que caracteriza os nossos tempos. Que as garotas não devem estar nas universidades flui a partir da natureza das universidades e da natureza das garotas: as universidades verdadeiras são para as ideias, as ideias não são para as verdadeiras garotas, então universidades verdadeiras não são para as garotas verdadeiras.

A NATUREZA DAS UNIVERSIDADES

Vamos começar com a verdadeira universidade. Conforme definido pelo Cardeal Newman, em sua famosa “Ideia de uma Universidade”, é “um lugar para ensinar o conhecimento universal”. Universidades neste sentido foram uma criação da Igreja Católica na Idade Média, e, como o Cardeal recorda esplendidamente, a teologia tem um lugar de honra lá porque, como a ciência do Ser Supremo, é a ciência suprema somente que pode apontar a todas as outras ciências seu lugar adequado. Assim, uma verdadeira universidade é um lugar de aprendizagem da realidade sob a realeza da teologia católica. O valor das ciências e essa necessidade delas por teologia são as causas pelas quais a Igreja Católica está sempre tendendo a criar universidades, e por que só ela pode criar verdadeiras universidades, direcionando todo o estudo, finalmente, para a glória de Deus e a salvação das almas.

A partir disso, deve-se questionar que tipo de realeza pode ser exercida por teólogos Novus Ordo, mesmo que sejam conservadores. Normalmente “conservadores” católicos que deixaram a Tradição são de má-fé, assim serão maus professores, enquanto que aqueles que nunca conheceram a Tradição serão ignorantes, e então serão maus professores. Ambos tentarão “resgatar” uma donzela em dificuldade “cismática” ou “excomungada”. Portanto, uma menina tradicional colocando-se sob professores “conservadores”, para manter sua fé, terá que fazer um esforço especial para resistir aos homens que Deus planejou (e seus pais pagaram) para ela seguir. Ela, então, estará voluntariamente assim colocando sua verdadeira Fé Católica contra sua verdadeira natureza feminina, que uma ou outra é quase obrigada a sofrer.

Decorre também da realeza da Teologia que numa era democrática como a nossa, em que se rejeita Deus e se destrona a Teologia, as universidades serão um non-sense. Com certeza. Ao nosso redor vemos “universidades” que são muito piores do que bordéis, não só por causa da “igualdade” democrática indiscriminada que arrebanha lá todos os tipos de garotos e garotas com pouco ou nenhum interesse em ideias, e por isso eles não deveriam estar estudando em primeiro lugar, mas também, ao silenciar a Teologia e tornar a Filosofia ridícula, essas “universidades” corrompem a parte superior da natureza dos jovens, suas mentes, deixando sua natureza inferior com pouco ou nenhum meio de resistir à promiscuidade apoiada e instigada dos jovens de ambos os sexos. Observe o desperdício em qualquer campus de “universidade” atual: desmasculinizados irresponsáveis e desfeminilizadas vulgares cuja nobre atividade é jogar frisbees uns nos outros!

Tais “universidades” dedicadas a desafiar Deus e a Natureza, fazem picadinho da Fé dos jovens (se é que eles tinham alguma), da sua moral e de seu bom senso. Pobres pais. Mas eles zombaram de Deus, e de Deus não se zomba. Obviamente nenhum menino, e muito menos qualquer menina, deve ser enviado para tal “universidade”. O que precisa ser provado é que, mesmo em uma universidade decente, se tal pudesse ser encontrada, poucas garotas deveriam ser enviadas ou nenhuma. Isso é por causa da natureza das garotas dada por Deus. Que, apesar da propaganda massiva de hoje em oposição a isso, é bastante diferente da natureza dada por Deus aos meninos!

A NATUREZA DAS GAROTAS

Para uma compreensão sadia da natureza da mulher, deixe-me apelar para Doutor comum da Igreja, Santo Tomás de Aquino, distante agora, por três quartos de milênio de nossos próprios tempos perturbados. As três razões que ele dá em sua Summa Theologiae (2a, 2ae, 177,2) pelas quais a mulher não deve ensinar na Igreja em público podem todas ser aplicadas a por que ela não deve ensinar ou aprender em uma universidade pública. Em primeiro lugar, diz ele, o ensino é para os superiores, e a mulher não deve ser superior, mas sujeita ao seu homem (Gen III, 16). Em segundo lugar, as mulheres saindo para ensinar em público podem facilmente inflamar a luxúria dos homens (Ecclus IX, 11). Em terceiro lugar, “As mulheres não são geralmente (“communiter”) perfeitas em sabedoria”.

Para compreender estas três razões, vamos voltar mais cinco milênios, a Adão e Eva. Como a palavra “natureza” vem da palavra latina para “nascer”, então para estudar a natureza de algo temos que remontar ao seu nascimento. Eva foi criada por Deus para ser uma “ajuda” para Adão (Gn 11,18). Ela existia para ajudar, diz Santo Tomás de Aquino em outro lugar (1a, 92,1), e não para qualquer outro trabalho que o de geração (ou de reprodução), porque para qualquer outro trabalho o homem poderia ser mais adequadamente ajudado por outro homem. Segue-se que a natureza da mulher é intrinsecamente orientada para a maternidade, então para todas as coisas relativas à maternidade ela é superior do homem, em tudo o mais ela é seu inferior, e em nenhuma de todas as coisas em que os dois sexos são complementares eles são iguais.

Agora, para atrair um homem, de modo a se casar e se tornar mãe, a criar e educar os filhos e reter seu pai, ela precisa de dons superiores de sentimento e instinto, por exemplo, delicadeza, sensibilidade, tato, perspicácia, ternura, etc., pelos quais sua mente vai correspondentemente ser seduzida, razão pela qual nenhum marido pode entender como a mente de sua esposa funciona! Para fazer o trabalho da geração, ou seja, para assegurar nada menos do que a sobrevivência e a continuidade da humanidade, Deus projetou sua mente para executar, de forma complementar e diferente de seu homem. A mente dele é projetada para não ser influenciada por sentimentos, mas, pelo contrário, para controlá-los, de modo que, enquanto seus sentimentos podem ser inferiores aos dela, a sua razão é superior. E a razão é feita para governar em seres racionais, então ele é feito para governar sobre ela (Gênesis III, 16), como pode ser visto, por exemplo, sempre que ela precisa recorrer a ele para que seus sentimentos não fiquem fora de controle.

Correspondentemente, enquanto ela sente a família (e adora falar sobre isso), ele responde ao mundo em volta e quer dominá-lo (Gen II, 15,19,20). Enquanto ela é orientada para as pessoas, ele é orientado para a realidade (quantas vezes uma mulher puxa uma idéia ou uma questão de realidade de volta para família! “Você é contra a bebida? Você está atacando meu marido!”. Isso está na natureza da mulher. Não se deve zombar dela por causa disso). Então enquanto ela é rainha do sentir dentro de casa, ele deve ser o rei da razão na casa. Assim, enquanto ele deve amá-la e ouvi-la, no fim das contas, ela deve obedecer-lhe, porque ele é feito para ter a visão mais ampla e ser o mais razoável (Ef V 22,25; Col III, 18,19).

Primeira razão

Agora, o que uma universidade pede? Considerando que, nas “universidades” modernas todos os machos acreditam no “se você se sente bem, faça”, é por isso que eles são, como eles desejam, invadidos por mulheres que sentem, ao contrário de uma verdadeira universidade onde se pensa sobre a realidade universal, que é prerrogativa dos homens. Uma mulher pode pensar desta maneira, ou fazer uma boa imitação de lidar com ideias, mas então ela não estará propriamente pensando como mulher. O dilema é inevitável: ela não pode fazer o que é propriamente o pensamento ou o trabalho dos homens sem cortar toda a sua natureza mais profunda. Essa advogada checou seu penteado pouco antes de entrar na corte? Se ela fez isso, ela é um advogada distraída. Se ela não fez, ela é uma mulher distorcida.

Além disso, o pensamento de uma verdadeira universidade tende a produzir líderes porque verdadeiros estudantes têm ponderado em mais ou menos realidade universal. O Cardeal Newman pode argumentar que a mente cultivada é um fim em si, mas se a Mãe Igreja sempre criou universidades, não é porque uma elite de mentes pensantes irá em qualquer sociedade ajudar poderosamente muitas almas a chegarem ao Céu, se essas mentes estudando tem sido governadas acima de tudo pela verdadeira Fé? Mas as mulheres não são nem feitas, nem normalmente dotadas, para ser líderes! Por isso as garotas não devem estar na universidade. Quanto a uma rainha Isabel a Católica, a Espanha foi a família dela e ela nunca foi para a universidade! Nem Teresa de Ávila, Catarina de Sena ou Joana d’Arc.

Concretamente, se uma garota dedica vários anos da sua juventude e muito dinheiro de seus pais para a aquisição de uma formação universitária, especialmente uma decente, o quão facilmente ela vai se submeter a seu marido, especialmente se ele não teve tal educação? E como ela pode não discutir com ele se ele teve? E se ela tem uma “graduação”, como é que ela vai pensar em si sobre as humilhações múltiplas de estar “descalça e grávida”? E se ela é uma “pós-graduada”, como é que ela não vai manter-se superior a ser um “vegetal na pia da cozinha”? E se ter uma família faz com que ela se esqueça do jeito certo de tudo sobre “graduação”, “diplomas” e “Universidade”, por que ir para lá em primeiro lugar? O dilema é inescapável: ao fazer coisas masculinas como ir para a universidade, ou ela está apenas vivendo um faz-de-conta ou ela está prejudicando o seu potencial para a maternidade – conclusão: ela não deve ir para lá.

Segunda razão

Chegamos a segunda razão de Santo Tomás: o inflamar da luxúria. Disse o suficiente sobre os unibrothels [casas universitárias para ambos os sexos] de hoje. O que vai acontecer se montes de garotos e garotas forem jogados juntos com menção ao que Deus sempre proibiu é totalmente sabido pelo bom senso, mas essa não é a história toda!

Vamos supor que uma menina decente pode encontrar uma universidade decente que está cultivando uma extensa frente de mentes pensantes de uma elite de meninos que irão prover o mundo de amanhã com seus líderes. Se ela é inteligente o suficiente para estudar, ela não será inteligente o suficiente para saber que mesmo que ela não queira distrair os meninos, ela ainda vai ser uma distração? Por esta razão não há exceção. Então, se ela é assim decente, ela não prefere deixar de distrair os futuros líderes que ela e toda a sociedade de amanhã vão precisar? Então, quanto mais decente a universidade, mais longe ela não vai ficar? Que mulher pode se imaginar participando dos Diálogos de Platão? Nem mesmo a Virgem Maria participou da Última Ceia. Garotas na universidade são uma dupla fonte de confusão, tanto fazendo o que as garotas não foram feitas para fazer, quanto distraindo os meninos de fazer o que os meninos foram feitos para fazer.

Em qualquer verdadeira universidade, os estudantes que valem a pena não querem se distrair com as garotas. Esses são exatamente os potenciais maridos que as garotas realmente inteligentes vão buscar depois. É por isso que até mesmo as garotas realmente inteligentes não devem estar na universidade.

Terceira razão

Deveras – a terceira razão de Santo Tomás – “as mulheres não são geralmente perfeitas em sabedoria”. Isto porque a sabedoria sobre a família que a mulher tem é impagável, ela vem diretamente de Deus, mas é como sabedoria, porque ordena apenas uma parte da realidade.

O pensamento da mulher é subjetivo, interior, intuitivo, concreto, de pequena escala, com um dom para detalhes amáveis. O pensamento de uma universidade precisa ser objetivo, para fora, racional, abstrato, em grande escala, direcionado para os grandes princípios. O pensamento dela segue seu coração. O pensamento da universidade só pode seguir a cabeça. Enquanto um professor universitário está ensinando, o menino está ouvindo e aprendendo com as palavras, mas a menina estará, naturalmente, ouvindo o homem e aprendendo por osmose. Apenas por um esforço ela vai conseguir ouvir as palavras, porque seu coração está em outro lugar – geralmente nos meninos. Naturalmente dóceis e, possivelmente, possuidoras de cérebros mais do que suficientes, elas podem sempre fazer uma boa imitação de um bom aluno, especialmente se elas desejam agradar a um professor do sexo masculino em particular. Novamente, elas não devem ser ridicularizadas por isso, na medida em que Deus as projetou para agradar e atrair – um marido. Raramente, porém, a estudante impressionante pode ser uma aluna muita boa, porque o Senhor Deus simplesmente projetou seu coração e mente para uma tarefa completamente diferente. Garotas, vocês realmente querem gastar muito de seu tempo e do dinheiro dos seus pais fazendo algo que Deus quase com certeza não quis que vocês estivessem fazendo?

OBJEÇÕES

Mas Pio XII encorajou a fazer o melhor ao ser forçada a sair para o mundo? – Talvez ele estivesse fazendo o melhor de uma situação já ruim em 1940 e 1950, quando ele esperava que as mulheres levassem a sua feminilidade para o domínio público. No entanto, pelas definições de “feminino” e “público”, isso é uma contradição em termos. Cinquenta anos depois, quem pode negar que o domínio público tem desfeminizado a mulher? Como um amigo disse: “As mulheres costumavam ter carreiras abertas para elas só em enfermagem e ensino, o que elas faziam bem. Agora elas já não sabem como fazer nem isso também!”
É tempo para os católicos de opor-se ao atual e de opor-se ao mundo! A Europa, centro da Cristandade, está entrando em colapso, porque as garotas europeias estão todas sendo ensinadas a ir para a “universidade” e “adiar” a hora de ter filhos! A mulher e a família estão em crise desesperada! Queremos seguir os suínos para o precipício?

Mas os homens de hoje são incapazes de liderar, então você tem que ir para a universidade para tomar seu lugar? Você não pode tomar o seu lugar!!! (A exceção confirma a regra). Hoje você está apenas seguindo-os para as “universidades”, amanhã você estará seguindo-los. De um jeito ou de outro, faça algo maternal, desempenhe o seu papel como Deus quer que você faça, e Deus pode lhe enviar do alto os líderes viris e o marido pelo qual você ora e do qual precisa, mas você não pode pela natureza das coisas torcer a si mesma de baixo. Você não pode restaurar a ordem de Deus, quebrando-a. Para trás de seus homens! Atrás você tem um enorme poder para inspirar e orientar. Na frente, você vai simplesmente torná-los mais irresponsáveis do que nunca…

Mas o que dizer da escola dos dominicanos para garotas em Idaho? – Por mais que Santo Tomás de Aquino desaprove as mulheres ensinando em público, ele aprova seu ensino em privado, em outras palavras, em casa “ou em um ambiente caseiro”. Uma universidade não pode se assemelhar a uma casa, mas sábias mães podem manter uma escola secundária para garotas como uma casa.

Mas onde as escolas secundárias para garotas irão encontrar professoras, se as garotas não forem para a universidade? –Não há necessidade de universidade para aprender sobre a maior parte do que estudantes secundárias precisam ser ensinadas, por exemplo “economia doméstica, cuidados com a casa, administração de uma casa, o cuidado e a educação das crianças, a preparação espiritual e social para o casamento” – é a lista atemporal de Pio XII para a União de Mulheres Católicas, em 24 de junho de 1949. É claro que se a lei da terra, como agora na França, exige “diplomas” da “universidade” para que as mulheres possam ensinar ou para abrir escolas para garotas, então a presença de algumas mulheres na “universidade” torna-se, durante a vigência da referida lei, uma excepcional necessidade. No entanto, as exceções fazem regras ruins!

Mas o que dizer sobre a faculdade mista da Fraternidade São Pio X, em Santa Maria, no Kansas? – Ainda é uma operação de escala familiar, típica da unidade da Igreja verdadeira de ensinar a verdadeira fé com tanta profundidade quanto possível em meio a circunstâncias difíceis, mas conforme se expandir e aumentar no futuro a verdadeiro nível de ensino universitário, eu, pelo menos piamente espero que os meninos vão até lá estar liderando tanto e dando tanto exemplo, criando esse mundo novo, que as garotas já não sentirão qualquer necessidade de estarem presentes.

Mas o que, entretanto, as garotas que têm um cérebro, e não estão prontas para casar podem fazer? – Deixe-as usar seu cérebro: em primeiro lugar, para compreender como Deus as projetou, e para qual papel; em segundo lugar, para rezar a Deus para que Ele conceda a nós todos alguns homens; em terceiro lugar, ler em casa por conta própria (por exemplo, Jane Austen, um clássico exemplo do quanto a mulher doméstica pode fazer); em quarto lugar, para elaborar com seus pais um lugar feminino e uma função onde podem amadurecer para o casamento. Ou – pelos Céus! – deixe que elas pensem numa vocação! Velho ditado: “Uma mulher é uma vez uma mulher, uma freira é duas vezes uma mulher”!

CONCLUSÃO

Por todas estas razões, as garotas domésticas não são, por natureza feitas para as universidades públicas. Onde é que o homem moderno erra?

Como o homem se coloca no lugar de Deus, então esta vida na terra bloqueia a visão de qualquer pós-vida no Céu de Deus ou no Inferno. O orgulho do homem desencadeia a sua inclinação para o prazer aqui embaixo. O ego vem em primeiro lugar, mas as crianças – ainda que inconscientemente – demandam e recompensam o altruísmo em seus pais. Portanto, as crianças, e a demanda, e a recompensa, são deixadas de lado. Mas a natureza da vida da mulher é centrar-se em torno das crianças. Portanto, a vida da mulher em particular, torna-se vazia, assim como a sua casa, especialmente se as condições de trabalho levam seu marido também para fora. Ela vai, inevitavelmente, segui-lo em seus domínios, por exemplo, para a universidade, onde ela é susceptível de impor padrões femininos que não pertencem [a este lugar], mas que estão frustrados em casa. Ela não vai deixar o seu ser permanecer sem sentido!

Como esta carta tem dito frequentemente, tal quebra na família, no lar e na mulher é uma violação muito profunda da Natureza para que o modo moderno de vida possa sobreviver. Com os homens na liderança, os católicos, cuja Fé deve dar-lhes uma ajuda com relação a Natureza, serão sábios, de acordo com as circunstâncias, para tomar medidas correctivas agora. A jornada de mil milhas começa com o primeiro passo.

Homens, pensem! Deem substância à casa! Garotas, eu abençoo vocês, seus pais e todos os queridos leitores.

Atenciosamente em Cristo.

Fonte: http://rosamulher.wordpress.com/2012/11/26/garotas-na-universidade/#comments

                                                                                                     
Traduzido por Andrea Patricia